Inovação no Brasil tem pouco investimento e muita burocracia, afirmam especialistas

 

O 6º Congresso Brasileiro de Inovação reuniu em São Paulo (SP) especialistas internacionais e brasileiros que debateram sobre os instrumentos de fomento e proteção à inovação produzida no Brasil. Mas as reclamações sobre a atual situação em que se encontra o País nesse setor teve como foco dois assuntos principais durante as palestras: os desafios do financiamento à inovação e a burocracia na proteção da propriedade intelectual.

 

Segundo Mariana Mazzucato, professora de economia da Universidade de Sussex, na Inglaterra, as grandes empresas ainda reinvestem muito pouco do faturamento no desenvolvimento de novas tecnologias em setores estratégicos, como o de energia. “Praticamente não há investimentos privados nessa área. São os governos, por meio de bancos de desenvolvimento, que financiam as pesquisas em setores em que o setor produtivo ainda receia investir”, afirmou.

 

Para Mazzucato, o papel do Estado, além de fomentar a inovação, é provocar e direcionar as empresas. “Um dos laboratórios referência em inovação nos Estados Unidos, da AT&T, nasceu de uma provocação do governo, que obrigou a empresa a reinvestir parte de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento”, ilustrou.

 

Já o presidente da empresa Granbio e integrante da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), Bernardo Gradin, apontou a necessidade de mudar a maneira como o Brasil reconhece a produção de novos conteúdos e produtos. “Regulação e procedimentos antigos, morosos, que inibem a publicação de conhecimento novo, além do longo tempo para reconhecimento de patentes. Se isso não mudar, o Brasil será imitador constante”, advertiu Gradin.

 

Ele, no entanto, falou sobre as possibilidades positivas de agilizar a concessão de patentes no Brasil. Segundo Gradin, o passo mais moroso da aprovação das patentes de propriedade intelectual é a primeira análise do pedido. “Se acelerarmos esse processo, teremos um avanço significativo”, disse. Atualmente, cada examinador brasileiro tem que fazer mil processos, enquanto um norte-americano, por exemplo, lida com 80.

Fonte: Agência Gestão CT&I

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