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Dia de Empreendedorismo na UFG mobiliza comunidade

De manhã até a noite, participantes viveram jornada repleta de atividades, muito aprendizado e prêmios em dinheiro

Nesta quarta (29/11), foi realizada no Campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG) a primeira edição do Dia de Empreendedorismo, ação focada em oferecer aos participantes uma experiência de imersão em negócios, tecnologia e inovação, com uma programação inteiramente dedicada a esses temas. A jornada composta por três atividades diferentes ao longo do dia teve início no período matutino, com uma apresentação realizada no auditório da Agência UFG de Inovação, localizado no Parque Tecnológico Samambaia (PTS/UFG). 

Na ocasião, o professor da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (Face/UFG) e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação (Lapei/FACE/UFG), Cândido Borges, explicou o propósito do evento. “Essa iniciativa começou com uma ideia dos trainees do Lapei/UFG”, ressaltou. Já o presidente da Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec), Lázaro Xavier, aproveitou sua fala para lembrar a trajetória da instituição no apoio a projetos de empreendedorismo. “Nosso objetivo é aproximar a academia do setor empresarial”, afirmou.

A pró-reitora de Pesquisa e Inovação da UFG, Helena Carasek, agradeceu e parabenizou a organização. “Estamos cada dia mais abertos e dispostos a trabalhar em parceria”, disse. Para concluir este momento, o diretor do PTS/UFG, Luizmar Adriano, e a diretora do Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG (CEI/UFG), realizaram breves apresentações sobre cada uma dessas plataformas, esclarecendo a importância delas para o ecossistema empreendedor goiano. Na sequência, os participantes que se inscreveram para a visita técnica foram convidados a iniciar o roteiro. 

Visita técnica
O grupo foi dividido em duas turmas e conduzido por três estruturas fundamentais de apoio ao empreendedorismo dentro da Universidade: o Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI/UFG), o CEI/UFG e a rede de laboratórios IPElab (Ideias, Prototipagem e Empreendedorismo). No CRTI/UFG, os visitantes conheceram e entenderam como algumas das operações realizadas pelas quatro divisões da unidade  (Análise Química e Estrutural; Imagens e Análise Pontual; Cromatografia Aplicada; e Infraestrutura Complementar) podem ser úteis a diferentes negócios.

Durante a passagem pelo CEI/UFG, houve uma mostra tecnológica com exposição de produtos e diálogo com representantes de três startups incubadas: a Hoortech, que atua no segmento de hortas compactas para cultivo em pequenos espaços, como em casas e apartamentos; a Multipet, cujo foco é um antiparasitário natural para animais de estimação diversos; e a TEIA Bioprodutos, que trabalha com soluções para o controle biológico de pragas em lavouras. Outras duas empresas abrigadas pelo Centro, a Mamãe Pingo e a Tabia Saúde, ainda realizaram pitchs cheios de informações e insights.

A outra parada foi no IPElab, onde os participantes da visita tiveram contato com várias das peças, objetos e protótipos produzidos por intermédio dos equipamentos e dispositivos mantidos pelo laboratório. Entre eles, máquina de corte a laser, fresadora CNC, torno mecânico, prototipadora PCI, furadeira de bancada e impressora 3D. O público recebeu orientações sobre a solicitação dos serviços e foram apresentados a situações nas quais a estrutura disponibilizada aos usuários acabou sendo fundamental para o sucesso do projeto, seja acadêmico, profissional ou empresarial.

Para Marcos Magalhães, que é professor do curso de Administração do Campus Goiás da UFG, a oportunidade foi bastante conveniente. “A gente percebe que a Universidade tem pensado muito nessa questão do empreendedorismo. Não conhecia essa estrutura e fiquei encantado, especialmente com a parte que envolve a incubadora de empresas”, destaca. A empreendedora Dédé Amandine Vovo, de 27 anos, graduou-se no ano passado em Ciências Econômicas pela UFG, é dona de uma marca de roupas africanas e se inscreveu na atividade com a intenção de saber mais sobre os serviços oferecidos. “É ótimo perceber que posso encontrar apoio para o meu negócio”, diz ela que é natural do país de Togo e está no Brasil há oito anos.

Grande parte dos visitantes eram alunos de graduação e pessoas já envolvidas com o empreendedorismo, mas o público adolescente também esteve presente. A estudante colegial Ana Beatriz Barbosa, por exemplo, tem 16 anos e está prestes a concluir o segundo ano do ensino médio. “Eu quis participar para ver de perto um pouco mais da estrutura da Universidade e ter contato com o meio acadêmico, no qual pretendo me inserir em breve. Adorei a dinâmica e o fato de que, mesmo alguém como eu, que ainda não possui uma formação, pôde entender tudo sem dificuldades”, conclui.

Minicompetição de empreendedorismo social
Após o almoço, no período vespertino, o Dia de Empreendedorismo teve continuidade com a realização da minicompetição de empreendedorismo social, voltada exclusivamente a alunos de graduação e pós-graduação da UFG. Para isso, contribuíram as fundadoras da ONG Oásis de Sonhos e egressas da UFG, Bianca Porto e Luíza Antunes, que apresentaram o conceito de empreendedorismo social, falaram sobre o projeto em que atuam e explicaram o funcionamento da dinâmica. “O Centro-Oeste é hoje a região que menos concentra negócios de impacto social no Brasil, então tomamos a responsabilidade de difundir esse modelo, principalmente em Goiás e na UFG”, pontuou a dupla.

Os participantes inscritos, então, foram divididos em quatro equipes de três e uma equipe de duas pessoas, sendo alocados em espaços separados dentro do prédio. Eles receberam o desafio de propor uma ação social capaz de contribuir para a resolução de algum problema que afete a sociedade goianiense. Para tanto, dispuseram de aproximadamente três horas e um cartaz baseado na metodologia Canvas, no qual deveriam inserir as informações principais da proposta, além de terem o apoio de quatro mentores que ficaram por conta de tirar dúvidas. 

Mesa-redonda
Depois disso, foi a vez da avaliação, feita por uma banca de três especialistas, cujo resultado teve seu anúncio guardado para o fim da ação, à noite. Assim, os competidores precisaram se deslocar para o Cine UFG da Faculdade de Letras (FL/UFG), onde teve espaço a última atividade do dia: uma mesa-redonda, aberta a toda a comunidade, com o compartilhamento de experiências e ensinamentos por parte do egresso da UFG e cofundador da Poli Digital, Gabriel Henrique de Sousa, da egressa da UFG e proprietária da Roch Design e Vivências, Rochelle Silva, e do diretor de Administração e Finanças do Sebrae Goiás, João Carlos Gouveia. A mediação foi do professor Cândido Borges.

Com propostas diferentes, todos eles levaram um pouco da sua trajetória para o palco. Enquanto Gabriel contou insights que o levaram a ajudar no desenvolvimento do famoso software que integra a gestão do atendimento ao cliente em múltiplos canais, Rochelle narrou os sucessos e desventuras de uma mulher negra e periférica com vocação para o empreendedorismo. Por outro lado, Gouveia reforçou o papel do Sebrae no incentivo ao pequeno empreendedor e realizou algumas dinâmicas que mobilizaram o público. “Para dar certo, é preciso ter foco nos objetivos e atenção aos números”, enfatizou algumas vezes.

Ao fim, houve um espaço para perguntas e respostas e também a cerimônia de entrega de medalhas e prêmios para as três equipes vencedoras da minicompetição de empreendedorismo social. Venceu o projeto “Crianças e idosos: a integralização de grupos isolados da família”, proposto pelos estudantes Gianlluca do Carmo Leme, de Engenharia da Computação, e Isadora Lorrayne Matias, de Relações Internacionais. A ação sugerida visava conectar idosos a crianças, promovendo uma integralização entre os dois grupos. Eles levaram R$ 800 para casa. 

Em segundo lugar, com o prêmio de R$ 500, ficou o projeto “Foco zero IA: monitoramento e ação em arboviroses”, dos estudantes Gabriel Orlow e Pedro Antônio Saraiva, de Inteligência Artificial (IA), e Filipe Augusto Silva, de Sistemas de Informação, que sugeriram criar uma plataforma online para disponibilização de informações-chave das regiões críticas de foco da transmissão da doença. Na terceira colocação, ficou a equipe formada pelos estudantes Marcos Vinícius do Prado e Riquele Santos, de Administração, e Luiza Capuzzo, de Publicidade e Propaganda, que propôs o projeto “Ponte para o futuro” e levou R$ 300. Eles sugeriram criar uma ONG que proporcione uma transição suave para os jovens que atingem a maioridade e precisam deixar os orfanatos.

O Dia de Empreendedorismo na UFG teve realização do Lapei/FACE/UFG junto ao CEI/UFG e PTS/UFG. A iniciativa contou com o apoio da Funtec, ONG Oásis de Sonhos, Brava Consultoria Jr., Centro Acadêmico de Administração da UFG, Centro Acadêmico de Ciências Econômicas Paulo Bertran (Caeco) e Liga das Atléticas das Faculdades de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da UFG.

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